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CFO precisa mudar postura para sobreviver ao IFRS
Cúpula de profissionais da CVM e CPC alerta que é necessário agregar papel de auditor às atividades
Adriele Marchesini
A implantação das normas contábeis internacionais com base no modelo do IFRS transformará a atuação dos diretores financeiros — e a adequação a esse novo cenário será crucial para sua permanência no mercado. A opinião é compartilhada pela cúpula de profissionais responsáveis pela adaptação das regras à realidade brasileira, entre eles professores e consultores.
Em declarações concedidas recentemente em reunião de fim de ano realizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o vice-coordenador de Relações Institucionais do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), Haroldo Levy, fez um alerta para o CFO, tanto de grande empresa quanto daquelas de menor porte: é necessário especialização.
“Ouvimos muitos CFOs e RIs [diretor de Relações com Investidores] e eles reclamam que o auditor não diz o que é necessário fazer. Mas é exatamente isso que mudou: não é mais papel do auditor dizer o que é preciso fazer, é necessário que o diretor financeiro saiba exatamente o que é preciso”, comentou, detalhando que é necessário que o principal executivo do departamento de finanças se aproxime da contabilidade da companhia.
A adequação a esse novo cenário vai nortear a sobrevivência do profissional. “Não adianta: é necessário que, no mínimo, conheça-se o resumo das normas”, alertou o diretor da CVM e consultor da Fipecafi, Eliseu Martins.
Empresas de capital aberto deverão aderir ao IFRS – um calhamaço de três mil páginas — no balanço anual de 2010. No caso de companhias de capital fechado, o Conselho Federal de Contabilidade emitirá o documento — com cerca de 10% do tamanho do principal — ainda em dezembro, também com adesão para os próximos anos.
A proposta é adequar o modelo brasileiro ao praticado no continente europeu, garantindo mais transparência e atraindo investimentos externos. “Com certeza o financeiro terá de mudar sua forma de agir. E sem dúvida vai melhorar muito a gestão”, finalizou Levy.